quinta-feira, 2 de julho de 2015

(NÃO) TENHO ENDOMETRIOSE!

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Embora te escreva sempre de coração aberto, este deve ser provavelmente o texto onde coloco tudo de mim, sem véus, sem medos e totalmente despida de preconceitos. Quem me acompanha sabe que acredito que nada é por acaso e que tudo o que nos acontece tem uma forte razão de ser – uma mensagem, uma missão, uma aprendizagem.


Pois bem, chegou a altura de quebrar o silêncio e de falar não só para as mulheres que sofrem de endometriose, mas também para todos aqueles que neste momento passam por algum tipo de doença que teste os seus limites e força.


Embora durasse há mais tempo, a endometriose foi-me diagnosticada com 21 anos. Ouvi dos médicos palavras duras, e tive de trabalhar muito para que elas se desgravassem de mim: "nunca vai ser mãe"; "vai levar esta doença consigo para a cova"; "não há nada a fazer"; "é nível IV o pior que pode haver". Nessa altura fui ao chão, chorei baba e ranho, questionei muita coisa e questionei-me a mim mesma: PORQUÊ? Mas nunca quis que esta pergunta me matasse ou tornasse vítima, quis antes que esta questão me fizesse ir atrás da verdade, uma verdade que me mostrasse porque cheguei ali, uma verdade que me fizesse mergulhar no mundo da cura. E posso dizer-te uma coisa com todo o meu coração enquanto te escrevo com as lágrimas a escorrerem-me pelo rosto: não há impossível e eu vou encontrar a cura!! Não tenho dúvida, por favor não tenhas também. As lágrimas não são de tristeza, são de uma força imensa a brotar pelo meu coração.



Estou a falar de um padrão que dura cerca de 15 anos. Mas sabes, houve um momento em que curei, fiz um tratamento homeopático, mudei radicalmente a minha alimentação e quando fui fazer novos exames os médicos disseram-me que a massa que tinha em volta do meu intestino e dos meus órgãos reprodutores tinha desaparecido. E durante uns bons tempos voltei a saber o que era estar menstruada sem passar pela traumática experiência da dor, pela traumática experiência que nos leva a crer que não temos qualquer controlo sobre o nosso corpo. Pois bem, já há uns anos que decidi que não ia permitir que isso acontecesse, nem eu nem tu podemos deixar que isso aconteça. O nosso corpo tem uma inteligência e capacidade sem limites e nós temos o poder de o levar para a capacidade da cura. Não cruzes os braços, acreditar que não há nada a fazer é levar-te para um beco sem saída e para um padrão ainda mais doloroso.


Não me canso de fazer pesquisas, não me canso de procurar e ler sobre o poder da intenção, da mente, o poder da visualização (explicado tudo cientificamente) que levou tantos doentes com cancro a superar a doença, não me canso de ir atrás das causas da doença. Quando descobri que tinha endometriose ninguém sabia o que era, não se ouvia falar e agora de repente estão cada vez mais mulheres a sofrer desta patologia, cada vez mais mulheres sem conseguir engravidar. Mas ninguém sabe como e porque, os médicos não conseguem explicar o aparecimento. Mas o meu coração diz-me que essa explicação existe e diz-me que não podemos parar de estar atentas aos sinais, não podemos deixar de estar atentas ao que consumimos, aos produtos de higiene que usamos, não podemos estar alienadas nas nossas emoções, se estamos felizes, se estamos tristes. É nosso dever olhar para o todo que somos e cuidar desse todo sem distracções. 



Nesta pesquisa infindável li um artigo que me tocou bastante - a de uma modelo que perdeu uma perna devido à utilização de tampões, causado pelo síndrome de choque tóxico. Isto chamou a minha atenção porque me fez pensar na endometriose, quis ir pesquisar sobre o assunto e já existem estudos que dizem que a endometriose está relacionada com a utilização de tampões e pensos higiênicos, pois nos últimos 50 anos estes deixaram de ser feitos a partir de fibras naturais como o algodão e passaram a ser fabricados com materiais sintéticos como o rayon e o plástico. De acordo com um estudo conduzido pelo jornal de Biologia e Medicina da universidade de Yale, "a "carboximetilcelulose" em gel" contida nos tampões "actuava como o ágar numa placa de petri, dando às bactérias um meio viscoso no qual se podiam desenvolver". Nos produtos de higiene femininos estão presentes substâncias como dioxina, fibras sintéticas, fragrâncias químicas entre outros componentes químicos.


Está na hora das pessoas pararem de se conformar com a doença e fazerem algo para a combater. A alimentação, os produtos de higiene, os próprios protectores solares (tive acesso a um estudo científico que referia que os protectores solares destroem os tecidos do nosso corpo, inclusive os dos órgãos reprodutores, havendo por isso uma ligação com o aparecimento de cancros e da endometriose) contribuem cada vez mais para o aparecimento de doenças que nos séculos passados não existiam. E o que estamos nós à espera para ter um papel activo no nosso corpo???! Não somos vítimas, não não é por acaso, e não não é verdade que não há nada a fazer como nos dizem os médicos.


 Eu não me conformo e eu (não) tenho endometriose. Eu não paro a minha pesquisa, eu não paro de me informar sobre as medicinas complementares, eu não paro de repetir para mim mesma vezes sem conta que estou curada e que estou livre da endometriose. Aliás, muito poucas pessoas sabem que passo por este desafio, fui operada pela segunda vez consecutiva em Maio do ano passado, supostamente para me tirar um mioma, mas o diagnóstico ao acordar foi pior do que isso, falaram-me novamente da endometriose de grau IV e da dificuldade que teria de engravidar. Na noite em que fui para casa, e apesar da gigante fé que tenho dentro de mim - acho que ela dá 8 vezes a volta ao mundo; revoltei-me, chorei, voltei aos porquês, mas no dia seguinte, ergui a cabeça e disse para mim mesma - tenho de fazer algo mais por mim, eu ainda não fiz tudo. Pedi à minha família mais próxima - pais, irmão, marido que aquela notícia ficasse entre nós, não queria que contassem à família, não queria que me vissem como uma "coitada" e assim foi. A minha restante família saberá desta notícia agora, através deste artigo. E porque não revelei eu? Porque eu própria não quero ver-me como vítima, não quero dar aso a conversas que alimentam a doença. Quando queremos cura devemos agir como se já estivéssemos curados- devemos dar essa indicação ao nosso corpo. Quando queremos a cura devemos respeitar o nosso corpo, neste momento aposto somente na comida biológica, cortei lácteos, carne, peixe (como muito raramente), açúcares refinados, arroz branco, farinhas não biológicas, aprendi e ainda tenho muito a aprender sobre a macrobiótica e os seu benefícios, aposto no yoga, meditação, reiki, entre outros. Costumo dizer que a doença me trouxe para o mundo da saúde e é verdade, a minha pesquisa sobre o que é prejudicial e benéfico para o corpo humano começou há 15 anos e apesar de me ter apercebido que somos os maiores responsáveis pela saúde do nosso corpo (pois afectamo-lo de várias formas, seja através da alimentação, do stress, de emoções negativas, da vitimização – é muito fácil ter pena de nós próprios quando estamos doentes, mas é preciso combater essa tendência e nos tornarmos heróis da nossa história) só sei que nada sei e que ainda há tanto para estudar e descobrir, mas de uma coisa estou certa - o mundo dos lobbies destrói o nosso mundo físico se assim o deixarmos, se continuarmos de olhos vendados.

Esta semana voltei ao desafio da dor, vi-me novamente a não ir trabalhar, a revoltar-me com o corpo pelas dores que sentia, chorei, reclamei mas voltei a mim e percebi que tinha uma voz para dar, percebi que não era para manter o silêncio, percebi que não era para esconder a endometriose que [não tenho], percebi que era para falar, percebi que tinha de te pedir que tal como eu não desistisses, o teu corpo é a maior farmácia topo de gama que podes conhecer e só temos de lhe dar o que ele precisa - tranquilidade, amor, boa alimentação (a comida torna-se nas nossas células), respeito e descanso.


Não tenhas medo, não te conformes, não acredites que não há nada a fazer porque há sempre, posso ainda ter dores, mas a realidade que tinha há 15 anos era tão mais dolorosa, desmaiava e em vez de ter APENAS (há que desvalorizar) um ou dois dias de dores, tinha uma semana. Acabou e não vai voltar a acontecer e um dia eu poderei dizer que estou realmente curada (mentalmente já estou), um dia poderei dizer que estou grávida (seja naturalmente seja com tratamentos) - porque isso vai acontecer, e se ainda não aconteceu foi porque não senti até então que tinha chegado a altura de ser mãe. E digo isto confiante que assim será, digo isto confiante de que eu posso melhorar a minha vida, a minha saúde e de que tu, tal como eu, tens ainda muito a fazer, começa por te amar, começa por acreditar e tudo mudará.


Como prometido escrevi sem véus nem preconceitos, e como prometido deixei-te a minha alma, para que de certa forma ela pudesse tocar na tua e ajudá-la a acreditar também.


Um abraço de uma infinita fé,
Rute

10 comentários:

  1. Eu também (não) tenho endometriose! Obrigada, Rute! ;)

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  2. Também (não) tenho endometriose Rute, porque o caminho faz-se andando e só tem um sentido, que é para a frente!

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  3. Chorei ao ler e me reconhecer nas suas palavras. Só quem passou por isso compreendo o quanto é profunda a dor (mais a psico que a física, eu diria) mas assim como vc, eu (não) tenho endometriose e logo poderei engravidar e estar livre de toda esa confusão que esta doença causa na vida de alguém. Força e luz

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  4. Tenha certeza que tua alma tocou a minha. Obrigada.

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  5. Obrigada por este testemunho de FÉ e de grandeza

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  6. Gratidão pelo compartilhar! Somos espelhos e estamos aqui para mostrar que tudo pode ser curado!💙💙💙

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Você é real inspiradora. Descobri a pouco tempo depois de um pedido ao universo, para que me revelasse qual era o nome da enfermidade que eu tinha. E no dia seguinte me foi revelado que era endometriose. Nunca tinha me aprofundado no assunto e depois que pesquisei, vi que realmente tudo se encaixou devido aos diversos sintomas muito específicos.
    Para mim, é uma enfermidade temporária. Não existe a possibilidade de eu ser escrava dela e muito menos ela tirar o meu desejo de ser mãe.
    Quando a gente confia, quando a gente sabe do poder divino, não ah dúvidas da nossa cura. Só precisamos crescer e amadurecer mediante desafios. Tudo é questão de tempo. Fique em paz. Gratidão!

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